As doenças infecciosas típicas de países tropicais como o Brasil, são potencializadas nas épocas de maior incidência de chuvas, que ocorrem entre dezembro a março, como Dengue, Zika e Chikungunya, e que representam desafios significativos à saúde pública, pois contribuem para a promoção da pobreza, mantendo um quadro de desigualdade que representa um obstáculo significativo ao desenvolvimento dos países. Estas enfermidades, transmitidas por vetores como mosquitos, afetam milhões de pessoas anualmente, com impacto maior em comunidades vulneráveis. Nesse contexto, a prevenção e o fortalecimento do sistema imunológico desempenham papéis cruciais na redução dos riscos.
Entendendo as Doenças tropicais
Dengue
A dengue é causada por um vírus transmitido pelo mosquito fêmea do Aedes aegypti, através do repasto sanguíneo de mosquitos infectados. Seus sintomas incluem febre alta, dores musculares e articulares, dor atrás dos olhos e manchas na pele. Em casos graves, pode evoluir para a forma hemorrágica, com risco de óbito.
Zika
A doença Zika é uma infecção viral transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. É uma doença geralmente leve, com sintomas que incluem febre baixa, dor de cabeça, dores nas articulações e músculos, manchas vermelhas na pele com coceira, e vermelhidão nos olhos. A maioria das pessoas infectadas com o vírus Zika não apresenta sintomas, e os sintomas tendem a desaparecer em uma semana. A preocupação maior é para gestantes, pois o vírus pode causar complicações sérias como a microcefalia em bebês.
Chikungunya
Assim como a dengue, é transmitida pelo Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus infectado. Os principais sintomas incluem febre e dores articulares intensas, que podem persistir por meses, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes. Até o momento, não existem medicamentos antivirais específicos nem vacinas licenciadas para sua prevenção.
A Importância de Hábitos Saudáveis
A prevenção é a melhor estratégia contra doenças tropicais. Hábitos saudáveis como o uso de repelentes, eliminação de criadouros de mosquitos e o uso de mosquiteiros são fundamentais. Além disso, uma dieta equilibrada, hidratação e práticas regulares de atividades físicas ajudam a fortalecer o sistema imunológico.
O Papel do Própolis no Fortalecimento Imunológico
A própolis, produzido pelas abelhas a partir de resinas vegetais, é amplamente reconhecido por suas propriedades antioxidantes, antimicrobiana, anti-inflamatória, imunomoduladoras, antiprotozoária e cicatrizante. Diversos estudos apontam que o consumo regular de própolis pode:
– Fortalecer o sistema imunológico: Aumentando a produção de anticorpos e a capacidade de resposta imunológica.
– Reduzir inflamações: Graças aos compostos bioativos, como flavonoides e ácidos fenólicos.
– Prevenir infecções secundárias: Como pneumonia e infecções bacterianas, comuns em quadros de Dengue e Chikungunya.
Própolis e Doenças tropicais
Evidências experimentais indicam que a própolis e seus componentes têm atividade contra bactérias, fungos e vírus, além de ação anti-inflamatória, antioxidante e cicatrizante. Sendo de extrema importância para o suporte e complementação dos tratamentos convencionais.
Dengue, Zika e Chikungunya: Estudos sugerem que a própolis pode ajudar a modular a resposta inflamatória, aliviando sintomas como dores articulares e musculares.
Componentes isolados da própolis, também apresentaram ação larvicida contra populações de Ae. aegypti, em condições experimentais do estudo.
Estudos in vitro demonstraram que o extrato de própolis vermelha possui atividade antiviral contra o vírus Chikungunya, apontando para o seu potencial como uma alternativa terapêutica promissora que merece maior investigação científica.
Impacto em Comunidades Vulneráveis
Em áreas de risco, como regiões tropicais com baixa infraestrutura de saúde, o uso da própolis pode trazer benefícios significativos. Projetos que promovam a distribuição de própolis aliado à educação em saúde pública podem ajudar a:
– Reduzir a incidência de doenças tropicais.
– Melhorar a qualidade de vida das populações afetadas.
– Promover a autossuficiência através do incentivo à apicultura local.
Conclusão
Combater doenças tropicais exige uma abordagem integrada, que combine prevenção e combate aos focos de proliferação do mosquito, melhoria de condições de moradia, hábitos alimentares saudáveis, ingestão de quantidades adequadas de líquidos diários e fortalecimento do sistema imunológico. A própolis surge como um aliado valioso, não apenas pela sua capacidade imunomoduladora, mas também pelo potencial de transformar comunidades vulneráveis em agentes ativos de sua própria saúde. Porém, é importante ressaltar que a própolis não substitui os tratamentos convencionais, portanto, no aparecimento de quaisquer sintomas relacionados a estas infecções, o médico deverá ser consultado.
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